Se olharmos para a estrada de terra, me diz algumas coisas, mas não me diz muito... Para quem está nela já é bem diferente. A pessoa tem uma noção maior de onde está e para onde está indo, pode escolher em continuar na mesma direção, voltar, parar ou mudar a direção. Ás vezes percebo a vida assim, é preciso estar na estrada e entendê-la para fazermos as escolhas. Mas o que significa “estar na estrada”?

Na escola ficamos envolvidos pelo universo escolar e muitas vezes trilhamos o mesmo caminho continuamente. Sabemos onde estamos e onde queremos chegar. Fazemos o ofício até de olhos fechados, mas nem sempre nos atentamos para as oportunidades que podem surgir, quem sabe, uma estrada nova com calçamento ou um atalho com uma vista para a cachoeira. Muitas vezes seguimos no automático e nem nos damos conta de que o caminho poderia ser diferente... E que escolhendo outros caminhos, poderíamos fazer experiências maravilhosas. Escolher de viver uma experiência requer dar tempo, parar, ouvir, perceber, sentir...

Segundo Larrosa (2002), a experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Tem que nos mover, nos deslocar... Na correria em que caminha a sociedade, cada dia se torna mais difícil fazer uma experiência, estamos sempre acelerados e nada nos emociona, nada nos toca, nada acontece.

 Enfim, penso que não precisamos ter medo do novo, temos que ampliar o olhar, sair das nossas redomas, estudar novos caminhos, avaliar novas rotas, conhecer outros modos desse fazer pedagógico e mudar de estrada, se for o caso. Ou não...

 Diamantina - MG

Fonte: acervo próprio