As crianças sempre estiverem presentes em minha vida profissional, sempre foram foco das minhas ações e do meu olhar, mas foi com a prática cotidiana, nos muitos acertos e erros que fui percebendo que o ensino e a aprendizagem acontecem de maneira mais envolvente, quando as crianças se interessam e são tocadas, movidas pela curiosidade e pela emoção.

Não tenho que ensinar para que aprendam as habilidades próprias do ano e passem nas avaliações. Não acredito que seja só isso. Onde entram os sujeitos, seus modos de verem o mundo, seus protagonismos? Tenho que ensinar para que entendam o sentido da aprendizagem, o significado das coisas e do mundo ao seu redor.  Aprender para quê? O que essa aprendizagem tem a ver comigo? As crianças precisam entender que aprender não é só para passar de ano, mas significa aprender para exercerem seus direitos e para entenderem o funcionamento de tudo que existe. Aprender para se divertir e tornar a vida mais colorida e sensível.

Acho que olhar a vida, os objetos, os movimentos, os lugares, as pessoas, as histórias e narrativas  já é um bom começo para promover o processo de " afetar-se", nas palavras de Latour (2002):

 [...] quando um indivíduo aprende, ele se deixa afetar e se torna cada vez mais diferenciado porque terá estabelecido mais e mais conexões, tornando-se mais interessante e enriquecido na relação com o seu entorno (LATOUR, 2002, p.3).

Museu Casa Kubitscheck - 2019

Fonte: Acervo próprio